A
prática em alto nível de esportes pelas mulheres está cada vez mais se
destacando, o futebol feminino também está acompanhando a evolução das
mulheres, e cada vez mais vemos uma prática com um nível maior, mesmo que ainda
tenha muito para crescer, principalmente no Brasil, onde existem muitos
talentos, mas que ainda deixam a desejar os investimentos para uma condição
mínima para as atletas desempenharem da melhor forma seu potencial.
Além de
falta de estrutura existe também a falta de conhecimento a muitos profissionais
que trabalham para desenvolver os potenciais das atletas, entre outras
necessidades de conhecimento com relação às atletas de alto rendimento feminino
está a Tríade da Atleta.
A Tríade
da atleta é uma sindrome que ocorre em adolescentes e mulheres fisicamente
ativas. Ela está inter-relacionada aos distúrbios alimentares, amenorréia e
osteoporose. No alto rendimento as atletas convivem com a exigência de possuir
um peso ideal para a prática, o que pode acarretar muitas vezes em gerar uma
obsessão para se obter um peso abaixo do “normal”, além de treinamentos
extenuantes.
A
prática regular de exercícios com um bom acompanhamento, visando melhorar e
manter a saúde é imprescindível, a mulher deve estar ativa por toda sua vida,
mas o que acontece é que quando se trata de alto rendimento, os limites estão
sempre sendo testados e até mesmo ultrapassados.
A tríade
muitas vezes é negada ou não diagnosticada. Quando se tem o conhecimento de uma
dessas patologias: disturbios alimentares, amenorréia e osteoporose, as outras
também devem ser investigadas.
A investigação
da Tríade pode ser realizada no momento da avaliação pré-participação e durante
a avaliação clínica das seguintes condições: alterações menstruais, padrões
alterados de alimentação, alterações do peso corporal, arritmias cardíacas, incluindo
bradicardia, depressão ou fraturas por estresse.
1- Os distúrbios alimentares
englobam um amplo espectro de comportamentos alimentares deletérios e
freqüentemente pouco eficientes utilizados na tentativa de reduzir o peso ou
atingir uma aparência esbelta. Esses comportamentos anormais variam nos
extremos de gravidade desde uma restrição da ingestão alimentar, passando pelo ciclo
empanturrar-purgar até a anorexia nervosa e bulimia nervosa
Os
atletas acreditam ou são levados a acreditar que a redução de peso por qualquer
método é capaz de melhorar o desempenho. Na realidade, uma ingestão calórica
inadequada e práticas inadequadas de alimentação prejudicam o desempenho e a
saúde. Os problemas incluem a depleção das reservas de glicogênio muscular,
desidratação, perda de massa muscular, hipoglicemia, distúrbios eletrolíticos,
anemia, amenorréia e osteoporose.
2- A amenorréia, antes
considerada uma condição benigna e reversível, foi ligada a uma redução
prematura da densidade mineral óssea desde 1984. A amenorréia não é nem desejável
nem um resultado “normal” do treinamento físico. É um sintoma de um problema
subjacente que exige avaliação médica nos primeiros três meses de sua
ocorrência.
A amenorréia
é o sintoma mais facilmente reconhecível da Tríade da Atleta e as mulheres e
seus técnicos devem ser informados que a amenorréia exige uma pronta avaliação
médica para esclarecer a sua causa e suas implicações.
3- Osteoporose:
Baixas concentrações de hormônios ovarianos em mulheres atletas amenorréicas
ou oligomenorréicas estão associadas com uma redução da massa óssea e maiores taxas
de perda
óssea.
Essa perda é semelhante à que ocorre em mulheres pós-menopausa ou em mulheres
com uma hipoestrogenemia patológica como uma insuficiência ovariana precoce, um
tumor de hipófise ou anorexia nervosa.
A
observação de práticas alimentares inadequadas com baixa ingestão de cálcio
combinada com disfunção menstrual pode exacerbar a perda óssea, podendo gerar entre outras, fraturas por estresse.
Saiba mais sobre a Tríade da atleta no posicionamento oficial do American College of Sports Medicine, no link abaixo:
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