quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A saúde da atleta de alto rendimento: A tríade da atleta





A prática em alto nível de esportes pelas mulheres está cada vez mais se destacando, o futebol feminino também está acompanhando a evolução das mulheres, e cada vez mais vemos uma prática com um nível maior, mesmo que ainda tenha muito para crescer, principalmente no Brasil, onde existem muitos talentos, mas que ainda deixam a desejar os investimentos para uma condição mínima para as atletas desempenharem da melhor forma seu potencial.

Além de falta de estrutura existe também a falta de conhecimento a muitos profissionais que trabalham para desenvolver os potenciais das atletas, entre outras necessidades de conhecimento com relação às atletas de alto rendimento feminino está a Tríade da Atleta.

A Tríade da atleta é uma sindrome que ocorre em adolescentes e mulheres fisicamente ativas. Ela está inter-relacionada aos distúrbios alimentares, amenorréia e osteoporose. No alto rendimento as atletas convivem com a exigência de possuir um peso ideal para a prática, o que pode acarretar muitas vezes em gerar uma obsessão para se obter um peso abaixo do “normal”, além de treinamentos extenuantes.
A prática regular de exercícios com um bom acompanhamento, visando melhorar e manter a saúde é imprescindível, a mulher deve estar ativa por toda sua vida, mas o que acontece é que quando se trata de alto rendimento, os limites estão sempre sendo testados e até mesmo ultrapassados.

A tríade muitas vezes é negada ou não diagnosticada. Quando se tem o conhecimento de uma dessas patologias: disturbios alimentares, amenorréia e osteoporose, as outras também devem ser investigadas.

A investigação da Tríade pode ser realizada no momento da avaliação pré-participação e durante a avaliação clínica das seguintes condições: alterações menstruais, padrões alterados de alimentação, alterações do peso corporal, arritmias cardíacas, incluindo bradicardia, depressão ou fraturas por estresse.


1- Os distúrbios alimentares englobam um amplo espectro de comportamentos alimentares deletérios e freqüentemente pouco eficientes utilizados na tentativa de reduzir o peso ou atingir uma aparência esbelta. Esses comportamentos anormais variam nos extremos de gravidade desde uma restrição da ingestão alimentar, passando pelo ciclo empanturrar-purgar até a anorexia nervosa e bulimia nervosa

Os atletas acreditam ou são levados a acreditar que a redução de peso por qualquer método é capaz de melhorar o desempenho. Na realidade, uma ingestão calórica inadequada e práticas inadequadas de alimentação prejudicam o desempenho e a saúde. Os problemas incluem a depleção das reservas de glicogênio muscular, desidratação, perda de massa muscular, hipoglicemia, distúrbios eletrolíticos, anemia, amenorréia e osteoporose.

2- A amenorréia, antes considerada uma condição benigna e reversível, foi ligada a uma redução prematura da densidade mineral óssea desde 1984. A amenorréia não é nem desejável nem um resultado “normal” do treinamento físico. É um sintoma de um problema subjacente que exige avaliação médica nos primeiros três meses de sua ocorrência.

A amenorréia é o sintoma mais facilmente reconhecível da Tríade da Atleta e as mulheres e seus técnicos devem ser informados que a amenorréia exige uma pronta avaliação médica para esclarecer a sua causa e suas implicações.

3- Osteoporose: Baixas concentrações de hormônios ovarianos em mulheres atletas amenorréicas ou oligomenorréicas estão associadas com uma redução da massa óssea e maiores taxas de perda
óssea. Essa perda é semelhante à que ocorre em mulheres pós-menopausa ou em mulheres com uma hipoestrogenemia patológica como uma insuficiência ovariana precoce, um tumor de hipófise ou anorexia nervosa.
A observação de práticas alimentares inadequadas com baixa ingestão de cálcio combinada com disfunção menstrual pode exacerbar a perda óssea, podendo gerar entre outras, fraturas por estresse.


Saiba mais sobre a Tríade da atleta no posicionamento oficial do American College of Sports Medicine, no link abaixo:

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